A banda Calypso é um dos fenômenos da música brasileira. Mesmo tocando um gênero pouco popular no Brasil, repleto de influências caribenhas, os paraenses Joelma e Chimbinha conseguiram arrebanhar uma legião de fãs extremamente fiel e dedicada. Em 15 anos de estrada, a Calypso vendeu mais de 21 milhões de cópias, entre CDs e DVDs. Para celebrar a data, a banda está lançando vários produtos – entre eles, CD e DVD gravados em Belém (PA), cidade natal do casal.
O projeto, no formato ao vivo, foi registrado em apresentação realizada em novembro para um público de 100 mil pessoas. Vários amigos dos dois participaram da gravação, entre eles Daniel, Calcinha Preta e a cantora gospel Ludmila Ferber. “Também convidamos os artistas paraenses Lia Sophia, Viviane Batidão, Edilson Santana, David Assayag, Edilson Moreno, Marcelo Val, Nelsinho Rodrigues, Alberto Moreno, Mestre Vieira e Mestre Curica”, completa Joelma.
Apesar da participação de Ludmila reforçar comentários de que Joelma seguirá carreira paralela no universo gospel, Chimbinha rechaça a hipótese. Segundo o guitarrista, a Calypso é prioridade para o casal e, através da banda, é possível atingir também o público religioso. “Em todos os nossos discos dedicamos uma ou duas músicas para falar sobre Deus. Dessa forma conseguimos alcançar o mercado gospel. A participação de Ludmila aconteceu por gostarmos do seu trabalho e para reforçar essa aproximação da banda com os cristãos”, explica Chimbinha.
O Ao vivo chega ao mercado para coroar a Calypso como um dos grandes nomes da cena independente do Brasil. Apesar de contar com a distribuição da Radar Records, os novos CD e DVD, a exemplo de toda a discografia da banda, foram bancados por Joelma e Chimbinha. O guitarrista reconhece a importância das grandes gravadoras para a concretização de um projeto artístico, porém ressalta que a opção por trabalhar de forma independente foi da própria banda. “Financeiramente, o apoio de uma major é excelente. Mas desde o início optamos pela não vinculação às gravadoras. E aos poucos, também decidimos cuidar da parte promocional e da venda de shows. Hoje somos donos do nosso próprio escritório e guiamos nossa carreira da forma que bem entendemos”, detalha Chimbinha.
PREÇOS DIFERENCIADOS
Por conta dessa independência, os produtos da banda chegam ao mercado com valores diferenciados. “Temos que negociar somente com a distribuidora que, no caso deste projeto, é a Radar. Dessa forma, eliminamos alguns encargos que seriam repassados ao preço final dos produtos, diminuímos ao máximo nosso lucro e conseguimos baratear o valor das mídias”, explica ele.
É claro que a principal fonte de renda do Calypso são os shows – são cerca de 200 apresentações por ano. Mas o casal valoriza as receitas com a comercialização de CDs, DVDs e outros produtos com a marca da banda. “Vendemos nossos lançamentos nas apresentações. E o movimento de nossa loja itinerante é muito bom. O fã fica motivado a comprar o produto quando vai ver um show”, avalia Chimbinha. Ainda segundo o guitarrista, com o crescimento do mercado digital, está ficando cada vez mais difícil ao fã do CD ou DVD encontrar locais que vendam os produtos de forma física. “As pessoas que vivem no interior não tem onde comprar música. E parte de nossos fãs tem pouquíssimo acesso ao mercado digital. Esse é um público muito importante que, às vezes, é esquecido por determinados artistas e gravadoras”, completa.